Em execução desde agosto de 2013, a
segunda fase do Projeto Museu do Patrimônio Vivo trata da salvaguarda do
patrimônio imaterial de 11 localidades da Grande João Pessoa. A proposta é de
que os próprios moradores identifiquem, mapeiem e inventariem formas de
expressão, celebrações, ofícios e lugares. Além do inventário, o projeto propõe
a realização de uma exposição fotográfica itinerante pelas 11 comunidades, um
catálogo com os bens culturais inventariados e um site. A iniciativa, em sua primeira fase, foi
premiada em 2013 pelo Iphan Nacional, por meio do Prêmio Rodrigo Melo Franco de
Andrade, na categoria Patrimônio Imaterial.
Com este viés, o projeto trabalha com
a formação de 18 agentes culturais comunitários bolsistas e oriundos das
localidades de Alto do Mateus, Bairro dos Novais, Cabedelo, Conde (Comunidades
Quilombolas de Gurugi e Ipiranga), Lucena, Paratibe, Penha, Porto do Capim,
Rangel, Roger e Santa Rita (Centro e Tibiri). A ideia é, assim, a criação de um
espaço pesquisa, discussão e divulgação do patrimônio imaterial, localizado em
lugares representativos das atividades culturais – como a casa dos mestres e
atores culturais das localidades e, mesmo, lugares de trabalho, festas,
celebrações e brincadeiras. Assim, a proposta é a de valorizar as expressões
culturais dentro dos próprios bairros onde se realizam e estimular o trânsito
de pessoas de outras comunidades.
Oficina de Economia Viva, com Stella D'Agostini./Foto: Isa Paula Morais |
A proposta pedagógica, por sua vez,
compreende três ciclos de atividades: o primeiro, ocorrido de setembro a
novembro de 2013, abarcou oficinas de Educação Patrimonial, Língua Portuguesa,
Direitos Culturais e Introdução à Pesquisa Etnográfica; de novembro de 2013 a
janeiro de 2014 o projeto segue com as duas primeiras oficinas, incorporando
Fotografia e Economia Viva e da Cultura. O último ciclo, que se inicia no
próximo fevereiro, abarca as oficinas de Educação Patrimonial, Língua
Portuguesa, Elaboração de Projetos e Informática. As oficinas acontecem nas terças e quintas-feiras, a partir das 14h, na Casa do Erário - localizada na Praça Rio Branco, no centro de João Pessoa.
No
período transcorrido também foram preenchidas as fichas de localidade,
mapeamento de bens culturais nas comunidades e, neste momento, se encontra em
processo de preenchimento a ficha de levantamento documental, que abarca a
identificação de fontes secundárias, seja sobre as localidades, seja sobre os
bens mapeados. Como núcleos de experiência também já foram visitadas as
localidades de Porto do Capim, Roger, Rangel e Bairro dos Novais e a visita às
outras comunidades já está agendada. O processo das visitas abrange o
compartilhamento da vivência cultural de um agente com o demais e com a equipe
colaboradora do projeto.
Colaboradores e Agentes Culturais no Porto do Capim.Foto: Isa Paula Morais |
Na primeira edição do projeto – que
abrangeu Bairro dos Novais, Mandacaru, Paratibe, Rangel, Roger e Vale do
Gramame e foi realizada de agosto de 2012 a janeiro de 2013 com financiamento
do Fundo Municipal de Cultura – foram inventariados enquanto bens imateriais:
ofício de gaiteiro, coco e ciranda, tribo indígena carnavalesca, ofício da
rezadeira, quadrilha junina, capoeira, lapinha, ala-ursa, boi de reis, cavalo
marinho, coco de roda, casa de taipa, por exemplo.
O projeto é financiado
pelo Fundo de Incentivo à Cultura (FIC), proposto por Pablo Honorato Nascimento
e executado pela ONG Jaraguá. A iniciativa conta com apoio Iphan-PB e da UFPB
por meio do Núcleo de Arte Contemporânea (NAC).
Nenhum comentário:
Postar um comentário