quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Nestas semanas em que acontecem tanto


Diálogos acerca de Direitos Culturais, com Pablo Honorato
No Museu do Patrimônio Vivo de João Pessoa a semana deu seus primeiros passos de maneira tranquila, na última segunda-feira (5), de forma a retomar o diálogo iniciado na semana que passou: Direitos Culturais. Quem facilitou o espaço que trata dos direitos enquanto conquistas históricas, forma de empoderamento e uma da maneiras de salvaguarda do patrimônio imaterial foi Pablo Honorato Nascimento. 

Na segunda-feira (29), Pablo iniciou o diálogo acerca dos direitos enquanto regras, normas e prerrogativas, que continuou nesta última segunda (5). Neste momento, tracejou um dos percursos históricos dos negros e negras, a partir do qual alguns de seus direitos foram conquistados. O recorte desta trajetória foi pensado a partir do ano de 1554 com a Bula Papal que, na época, autorizava “a subjugação de sarracenos e pagãos à perpétua escravidão”; e perpassou, ainda, pelo ano de 1597, com a formação do Quilombo dos Palmares, bem como sua desarticulação no ano de 1695; pela libertação dos escravos na França no ano de 1794 e pelo contexto brasileiro no que toca à esta questão: último país da América a declarar os negros como livres, no ano de 1888. Meio a estas discussões, foram destacadas as leis do Sexagenário, Feijó e Ventre Livre, por exemplo, como o início de uma conquista de direitos. As aulas seguem este viés com o objetivo de uma contextualização histórica para depois partir aos direitos vigentes no dias de hoje, no âmbito da cultura. 

Na última segunda-feira (29) também se iniciaram as conversas com Peinha Teixeira acerca de Educação Patrimonial. Naquele momento a gente se apresentou através do pandeiro, mostrou a arte que pratica e vive e, ainda, destacou as pessoas que se constituem como nossa referência - base de nossa ancestralidade. As conversas também correram ao que valorizamos em nossa casa: daí foram inseridas na prosa redes de pesca, capim santo, melancia, violão, livros e a própria casa. O ato de sentar em círculo também foi motivo de conversas: “quando nas aulas, por exemplo, a gente olha muito para as costas das pessoas, mas não sabe qual a cor dos olhos. As rodas se formam naturalmente”, acrescenta Peinha. Ah, quão sossegada foi aquela manhã de pés no chão e de cantarolar cirandas formadas em onda: Eu te dou meu amor/ Eu te dou meu coração/ Quando for no fim do ano/ Eu te dou minha mão foram alguns dos versinhos compartilhados nesta manhã.

Entrega de dicionários doados pelo Sebo Cultural
Ah, ia já esquecendo - mas não por atribuir menos revelância, mas por conta  da memória, mesmo: deixamos aqui registrado o nosso caloroso agradecimento (sentiram nosso abraço?) ao Sebo Cultural que nos doou dicionários. A entrega foi realizada numa manhã de sexta-feira, dia 26 de outubro, quando de nossa aula de Língua Portuguesa. Instrumento de grande utilidade de referência para quando da escrita de nossos relatórios premilinares e além de outras consultas que não dá para mensurar neste espaço. Nesta sexta-feira (9) a gente prossegue as atividades com Ricardo Peixoto, com noções de fotografia e do universo de sentidos que esta abrange.

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Museu do Patrimônio Vivo

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