Diálogos acerca de Direitos Culturais, com Pablo Honorato |
No Museu do Patrimônio Vivo
de João Pessoa a semana deu seus primeiros passos de maneira tranquila, na última
segunda-feira (5), de forma a retomar o diálogo iniciado na semana que passou:
Direitos Culturais. Quem facilitou o espaço que trata dos direitos enquanto
conquistas históricas, forma de empoderamento e uma da maneiras de salvaguarda
do patrimônio imaterial foi Pablo Honorato Nascimento.
Na segunda-feira (29), Pablo iniciou o diálogo acerca dos direitos enquanto regras,
normas e prerrogativas, que continuou nesta última segunda (5). Neste momento, tracejou
um dos percursos históricos dos negros e negras, a partir do qual alguns de seus direitos
foram conquistados. O recorte desta trajetória foi pensado a partir do ano de
1554 com a Bula Papal que, na época, autorizava “a subjugação de sarracenos e
pagãos à perpétua escravidão”; e perpassou, ainda, pelo ano de 1597, com a formação
do Quilombo dos Palmares, bem como sua desarticulação no ano de 1695; pela
libertação dos escravos na França no ano de 1794 e pelo contexto brasileiro no
que toca à esta questão: último país da América a declarar os negros como livres,
no ano de 1888. Meio a estas discussões, foram destacadas as leis do Sexagenário, Feijó e Ventre Livre, por exemplo, como o início de uma conquista de
direitos. As aulas seguem este viés com o objetivo de uma contextualização histórica para depois partir aos direitos vigentes no dias de hoje, no âmbito da cultura.
Na última segunda-feira (29)
também se iniciaram as conversas com Peinha Teixeira acerca de Educação
Patrimonial. Naquele momento a gente se apresentou através do pandeiro, mostrou
a arte que pratica e vive e, ainda, destacou as pessoas que se constituem como nossa
referência - base de nossa ancestralidade. As conversas também correram ao que
valorizamos em nossa casa: daí foram inseridas na prosa redes de pesca, capim
santo, melancia, violão, livros e a própria casa. O ato de sentar em
círculo também foi motivo de conversas: “quando nas aulas, por exemplo, a gente olha muito
para as costas das pessoas, mas não sabe qual a cor dos olhos. As rodas se formam
naturalmente”, acrescenta Peinha. Ah, quão sossegada foi aquela manhã de pés no
chão e de cantarolar cirandas formadas em onda: Eu te dou meu amor/ Eu te dou
meu coração/ Quando for no fim do ano/ Eu te dou minha mão foram alguns dos versinhos compartilhados nesta manhã.
Entrega de dicionários doados pelo Sebo Cultural |
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